Para piorar, o Brasil é um país com altas taxas de intolerância religiosa por parte das crenças majoritárias.
Ok, assumindo que alguém um dia se depare com esse blog que mais é um diário e grimório pessoal do que qualquer outra coisa.
Mesmo enxergando a clara agressão aos que professam qualquer religião que não judaico-cristã, ainda mais desde 2018, com a eleição do agora inelegível que se utiliza da fé alheia com apoio daqueles que de devotos não têm nada, como pastores que vivem do dízimo alheio e nem fazem questão de esconder; mesmo assim, sentir na pele é outra coisa, não é mesmo?
Se alguém ler isso aqui, deixemos as coisas bem claras. Antes de 2015, realmente, política era questão de opinião. Do golpe parlamentar — sim! Golpe!!!! É só ver a manifestação do próprio golpista na recente eleição presidencial, admitindo a falta de crime como a constituição exige para um presidente tomar impeachment — para frente, política não é mais questão de opinião. É questão de caráter. É questão de democracia.
Caso o talvez inexistente leitor desse post se encontre no espectro autoritário fascista da “política”, ou votou em 2018 no genocida porque o “PT roubou demais” e “Moro é um grande enxadrista”, saia desse blog AGORA.
Antes de fazer meu juramento à Deusa como bruxa e professar o neopaganismo, sou uma mulher neuro divergente e LGBT — sou parte de muitas minorias e ser bruxa é a mais recente delas. Qualquer um que tenha votado no fascistoide, ex-governo que nem golpe conseguiu dar (a grande sorte do país é a falta de intelecto e competência de seus participantes), diz que religiões diferentes são do Diabo. Começando com Michelle Bolsonaro dizendo que a cozinha do Alvorada era consagrada ao Diabo, os comentários racistas quando o então candidato Lula passou por chuva de pipoca na assembleia de Salvador, Bahia, falas sobre Cristo que ele desceria o sarrafo ele mesmo em quem as articula, etc., etc.: isso é falta de caráter, falta de noção de sociedade, e talvez certa ignorância sobre as leis vigentes no nosso país.
Fingindo-me de cega, posso aqui elucidar aqueles que, mesmo xingando minha religião e a de tantos outros, não entendam o direito de todo cidadão brasileiro — como muito mais direitos, mas aqui discorro só sobre um. Tem um livro muito importante e interessante que levanta os seguintes pontos sobre os direitos e deveres do cidadão brasileiro, seja “cidadão de bem”, “pai de família” — qualquer subcategoria inclusa.
Art. 5º
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[…]
V — é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI — é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII — é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; […]
Constituição Federal da República Federativa do Brasil, 05 de outubro de 1988
Portanto, assim como você tem direito de expressar sua fé e seu credo em qualquer que seja o templo que você frequente, independente dos seus textos sagrados e orações, eu e todos os outros temos o mesmo direito. Temos o direito de acreditar no que quisermos, assim como você. Seus direitos valem para todos os brasileiros, mesmo que infelizmente a maioria não tenha acesso aos seus direitos mais básicos, incluindo o de professar a fé que desejar, como desejar, onde desejar, estando protegido por esse livrinho pouco lido citado acima.
Se sua intolerância religiosa foi causada por ignorância das leis criadas e promulgadas pelo Brasil recém-vitorioso através da democracia após a derrota de uma ditadura militar — e não esqueçamos que Ustra morreu de idade —, tudo bem, mas não ter conhecimento de uma tipificação criminal não isenta o indivíduo que a cometeu de ser penalizado pela lei.
Então, agora que sabe, ótimo! Você continua sua vida com sua fé, eu com a minha, e está tudo bem.
Agora, se sua intolerância parte de ser bolsonarista, pode ir embora. Ser bruxa antes de qualquer coisa significa ser conectada à natureza, e nem ela os “cidadãos de bem” respeitam, matando nossos rios e queimando nossas florestas. Destruindo o corpo e ventre de nossa Grande Mãe, que nos oferece muito mais do que merecemos.
Agora que as coisas estão bem claras, caso você esteja aqui por mera curiosidade e/ou interesse e/ou busca por sua espiritualidade, seja mais do que bem-vindo! A porta está e sempre estará aberta àqueles em busca de sua verdade pessoal e inexequível. Desejo uma boa leitura e o formulário abaixo redireciona as entradas feitas nele para o meu e-mail, caso ocorra alguma dúvida concreta e espiritual, esotérica, relacionadas ao ocultismo e vindas de pessoas que estão aqui pelos motivos certos.
Deixando claro que não hesitarei em entregar posts à Polícia Federal em caso de episódio intolerante religiosamente — como eu disse, a ignorância da lei não tira do cidadão a obrigação de segui-la.
Que os elementos guiem sua consciência e que as divindades atendam às suas orações e anseios mais profundos (se respeitadas adequadamente, obviamente).
Que assim seja, e assim será. Que seja abençoado.
⚝ A Bruxa Solitária
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12 respostas para “O que é ser bruxa em pleno século 21 (para mim)”
[…] de escrever o post “O que é ser uma bruxa no século 21”, aqui, vi que na verdade, daria uns belos capítulos, para dizer o […]
[…] O que é ser bruxa em pleno século 21? […]
Prático demonolatria ( culto aos demônios) e minha família toda tá contra mim é difícil
Não posso dizer que entendo de demonolatria, não é o caminho que escolhi seguir, mas é difícil escolhermos qualquer coisa fora do cristianismo, principalmente neo pentecostalismo no nosso país. Minha mãe diz que me aceita como bruxa, mas vira e mexe solta alguma coisa para dizer que estou imaginando ou que só a religiosidade que ela conhece é válida (isso porque ela não é cristã). Minha avó me chamou de filha do Satã quando soube que eu era bruxa, por conta do símbolo do pentagrama (que a Igreja manchou), e doeu. Mas o conselho que eu daria para você é ter fé em sua vontade interior e no que lhe faz bem, *mas principalmente*, no que é seguro e que não faz mal aos outros nem a si mesma. Quando virei bruxa, meu primeiro juramento foi de não fazer mal aos outros, pois voltaria a mim 7 vezes mais forte do que o que eu causaria. Desde que a tua fé te mantenha justa, forte, te permita encontrar a si mesma, e não prejudique nem a você, nem aos outros, quer eles gostem de ti ou não, permaneça firme nela. O contato entre teu Mestre Espiritual e você é de vocês dois e somente vocês dois; não permita que terceiros que não entendam sua alma como você e sua espiritualidade entendem façam sua fé vacilar desde que te mantenha justa e com honra.
Que assim seja e assim será!
~A Bruxa Solitária
Tenho certeza que nasci bruxo
Nunca participei de nada e nunca fui iniciado em nada
Gostaria de uma palavra de quem ja trilha esse belo caminho, para me ajudar um pouco
Me chamo Alessandro
Cozinha é minha paixão
Trabalho com pães e um ooudo de confeitaria
Amo minha casa, amo ficar em vasa
Bom é isso
Obrigado
Olá, Alexsandro.
Eu também tenho a certeza que nasci bruxa. Sempre fui médium, senti espíritos e tive acontecimentos inexplicáveis presentes em minha vida, mas nunca soube o que era até sentir um vazio de espiritualidade em mim aos 21 anos. Fiquei meses procurando uma religião que me agradasse, mas sou avessa a dogmas, pois para mim, eles limitam a fé e a espiritualidade ao negarem tudo aquilo que existe e persiste fora daquela crença em específico.
Comecei a procurar mais sobre a Grande Mãe e sobre Wicca, e consegui um caminho para seguir. Entretanto, Wicca é uma religião e também tem seus dogmas e limitações, principalmente a crença de que você não pode ser um bruxo ou uma bruxa solitária sem um coven, e também não há como ser bruxa sem ser iniciada por um bruxo já formado dentro de Wicca.
Então, renunciei aos preceitos Wicca, mas continuei me guiando pela Grande Mãe. Ao final, meu estilo de bruxaria inclui tudo e todos. Não sou avessa a nenhum espírito ou divindade, rezando e celebrando todos.
Sinta-se a vontade para mandar um e-mail para mim pelo formulário de contato que há na página que explica quem sou (https://bruxariasolitaria.blog/2024/05/06/a-bruxa-solitaria/), e tentarei ao máximo ajudar você a encontrar seu caminho nessa encruzilhada na qual se encontra.
Que seja abençoado.
Muito bom o blog!
Obrigada!
Interessante. Infelizmente a sociedade eé hipocrisia pura.
Exatamente. Aprendi a me livrar das expectativas alheias para poder ser eu mesma
Que seja abençoado.
Minha esposa eu tenho a certeza absoluta que é bruxa, mas eu também gostaria de saber mais sobre bruxaria mas sem que ela tenha que estar ligada a uma religião
Olá, Octacilio..
Eu tenho a certeza que nasci bruxa. Sempre fui médium, senti espíritos e tive acontecimentos inexplicáveis presentes em minha vida, mas nunca soube o que era até sentir um vazio de espiritualidade em mim aos 21 anos. Fiquei meses procurando uma religião que me agradasse, mas sou avessa a dogmas, pois para mim, eles limitam a fé e a espiritualidade ao negarem tudo aquilo que existe e persiste fora daquela crença em específico.
Comecei a procurar mais sobre a Grande Mãe e sobre Wicca, e consegui um caminho para seguir. Entretanto, Wicca é uma religião e também tem seus dogmas e limitações, principalmente a crença de que você não pode ser um bruxo ou uma bruxa solitária sem um coven, e também não há como ser bruxa sem ser iniciada por um bruxo já formado dentro de Wicca.
Então, renunciei aos preceitos Wicca, mas continuei me guiando pela Grande Mãe. Ao final, meu estilo de bruxaria inclui tudo e todos. Não sou avessa a nenhum espírito ou divindade, rezando e celebrando todos.
Sinta-se à vontade para mandar um e-mail para mim pelo formulário de contato que há na página que explica quem sou (https://bruxariasolitaria.blog/2024/05/06/a-bruxa-solitaria/), e tentarei ao máximo ajudar você e sua esposa a encontrarem seu caminho nessa encruzilhada na qual se encontra.
Que seja abençoado.