Eu comecei esse blog justamente porque minha mãe me maltratava quando eu começava a falar de bruxaria com ela. E eu me arrependo amargamente toda vez que eu tiro qualquer oráculo para ela, porque ela grita comigo, me espezinha.
Hoje, o Tarô disse para ela que ela precisa meditar. E ela gritou comigo dizendo que eu estava dando um conselho sem noção e que não estava entendendo nada do que ela queria dizer. Cara, não bata no mensageiro, sabe?
Identifiquei o exu dela momentos antes de tirar as cartas, e ele até encostou nela a ponto dela manifestar, e ela ainda tem a cara de pau de brigar comigo como se eu não estivesse só traduzindo uma mensagem do mundo espiritual para ela?
Não sei porque ainda tiro. Não sei porque ainda busco a aprovação dela.
Realmente, a saída é esperar o Universo e a espiritualidade jogarem quem quer que seja meu futuro marido escolhido pelo T. no meu colo, já que tudo que eu tiro fala para eu esperar pacientemente e não fazer nada, para poder sair desse ambiente tóxico e poder ter um lar onde minha espiritualidade não só é bem-vinda como apreciada.
Guardiã, oferece proteção aqueles que a procuram, principalmente para vítimas de violência doméstica. Intensa força para justiça e empoderamento feminino.
Como saber se Medusa está entrando em contato com você
Sonhar com Medusa
ver a própria deusa ou alguns de seus símbolos em seus sonhos
representações artísticas de Medusa começam a aparecer ao seu redor
Caso você esteja se recuperando de violência doméstica
não é um requerimento para trabalhar com Medusa
você pode se sentir com maior controle de suas esferas mentais e emocionais
Aproximação de cobras ao seu redor
feridas ou precisando de outros cuidados
Sentimento de obrigação de tomar atitudes em sua própria defesa
Situações nas quais chamar por Medusa
precisa de força para desafiar seus inimigos
enfrentar seus medos
enfeitiçar seus abusadores
É uma deusa marítima, portanto seu domínio inclui todas as magias relacionadas à água, bruxas do mar e das tempestades, marinhos e semelhantes.
Atos devocionais à Medusa
Conectar-se com o elemento de Medusa, a água
Dedicar espaço em seu altar à Medusa
Criar qualquer trabalho artístico sobre Medusa ou comprar um trabalho artístico e colocar em seu altar
Ler sobre Medusa
Lutar pelos direitos das mulheres
Adivinhação principalmente por pêndulo
Oferendas à Medusa
conchas
corais
pedras de serpente
representações de serpentes
madeira petrificada
bolacha-da-praia
estrela-do-mar
areia de praia
prata
pele de cobra que tenha sido trocada naturalmente
água-marinha (cristal)
malaquita
pedra da lua
pérola
água do mar
sal marinho
incenso de água fresca
frutos-do-mar
vinho
Símbolos de Medusa
Cobras
Cores prata e verde
Olhos
Aegis: uma representação de Medusa que decora o escudo de Atena
Olhos de Górgona
Ervas associadas à Medusa
sálvia
urtiga
mandrágora
artemísia
lavanda
espinheiro
Cristais associados a Medusa
serpentina
obsidiana negra
ametista
jaspe sanguíneo
labradorita
Esteno, a que oprime
Euríale, a distante
Zisa, Deusa da Colheita
Associada pelos romanos à Deusa egípcia Ísis, Zisa é a deusa germânica da colheita, da fertilidade, da maternidade e Mãe Criadora da vida na Terra.
Símbolos associados a Zisa
pinha
nós
a runa Teiwaz
matriz do destino
Chang’O/Chang’E, Deusa da Lua
Origem: China
Símbolos associados a Chang’e
lua
lebre
vaca
abelha
sapo
Plantas associadas a Chang’e
flor de lótus
raiz de Lótus
Aromas associados a Chang’e
rosas
baunilha
almíscar
Cores associadas a Chang’e
branco
cinza
azul-claro
rosa bebê
cores pastéis
prata
Cristais e metais associados a Chang’e
prata
pedra da Lua
pérola
ametista
água-marinha
Haumea, Mãe Terra
Origem: Polinésia, Havaí
A data de hoje marca o começo do Festival Aloha, uma celebração de uma semana de tradições locais e história complementada por danças, desfiles e competições esportivas.
Deusa guardiã da ilha do Havaí, deusa da Terra, da fertilidade, do nascimento, do renascimento, da nutrição física e da proteção das tradições para preservá-las da extinção
Gêmeos filhos de Iansã e Xangô, criados por Oxum que lhes nomeou Taiwo e Kehinde. Seus domínios são o nascimento, a infância e as brincadeiras, associados a tudo que se inicia e nasce.
Lembrando que os gêmeos devem sempre receber oferendas equivalentes, iguais
Oferendas aos Ibeji
mel
frutas
paçoca
pirulito
bala de goma
jujuba
bolos
chocolate
maria-mole
guaraná
cauru
suco de frutas
refrigerante
Cores associadas aos Ibeji
azul
rosa
verde
Símbolos associados aos Ibeji
bonecos gêmeos
duas cabacinhas
brinquedos
Plantas associadas aos Ibeji
jasmim
maçã
alecrim
rosa
Metal associado aos Ibeji
estanho
Saudação aos Ibeji
Omi Beijada!
Omiibeji, Bejéeró!
Fonte: Anuário da Grande Mãe, Mirella Faur, (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13)
Oi! Não vou falar meu nome, por segurança — afinal, gente da minha família tentou e provavelmente vai tentar me prejudicar espiritualmente. Tenho uns vinte e poucos anos, sou brasileira, formada na faculdade, mas sem uma profissão de verdade. Gosto de estudar qualquer coisa, ler, jogar videogames, jogar jogos de tabuleiro, tirar oráculos, ver filmes e ouvir podcasts, geralmente de política. Sou introvertida, sem amigos, sem namorado ou namorada, realmente uma bruxa solitária — o nome do blog é sincero, mesmo que às vezes seja doloroso lembrar disso. Sou sentimental, carinhosa, apegada, às vezes meio tapada, com um vocabulário bem chulo, mas educada quando preciso; curto moda e maquiagem, sou boa com trabalhos manuais. Falo quatro idiomas e planejo aprender mais. Já vivi fora do Brasil, mas aqui é o meu lugar. Ah, e também adoro cozinhar, especialmente doces. Adoro experimentar novas receitas e criar minhas próprias versões. Além disso, tenho paixão por música, desde clássica até o bom e velho rock’n’roll. Sempre que posso, vou a shows e festivais, é onde me sinto realmente viva. Canto há mais de uma década, principalmente teatro musical, e toco piano e violão, além de flauta doce.
Ah, a imagem acima é uma representação bem fiel e detalhada à minha aparência na vida passada na qual fui celta, por sinal.
Que seja abençoado.
Gostaria de entrar em contato comigo para aprofundarmos nossa conversa sobre espiritualidade em nossas vidas? Fique mais do que à vontade! É só preencher o formulário abaixo e logo o responderei por e-mail.
Minha mãe fala para eu não ter medo dela me deixar sem dinheiro mas não é o que está parecendo. Hoje mesmo ela me falou para eu me virar para pagar meu psiquiatra, bloqueando a mim qualquer acesso ao celular do bacno como se eu fosse uma consumista compulsiva.
Ela faz igualzinho ao pai dela; não sei como ela não enxerga. Ou deve enxergar e não dá a mínima.
O clã antes me parecera uma oportunidade de fuga, e caiu por terra; assim como qualquer emprego e forma de ganhar meu próprio dinheiro; assim como um possível casamento para que minha mãe pare de dizer que eu dependo dela por ela ser minha única família… Tudo está dando errado e eu não sei mais o que fazer.
Preciso sair deste sufocamento causado pelo coturno dela no meu pescoço, e não sei mais o que fazer. Não tem nem o que fazer em questão oracular nem espiritual. Está tudo errado. Tudo dando errado. Tudo, tudo, tudo, tudo, tudo………………………………………………………………………………………………………………………
Minha mãe disse que, se Hécate apareceu para mim cobrando que eu escrevesse no blog, talvez eu devesse escrever com mais frequência. Mas aí me ponho a pensar escrever sobre o quê.
A única coisa que tenho sobre a qual escrever hoje é a terapia, e como me deixou tristinha. Concordo com a K. — de que as coisas só se colocarão em curso por qualquer que seja a força do destino responsável por essa parte da minha vida no segundo semestre. Porém, continuo com a mesma pergunta que fiz a ela hoje e cuja resposta não satisfez meu autoinquérito. Como caralhos devo me distrair e manter minha ansiedade longe dos meus pensamentos passivos e ativos até lá? Como me mantenho sã e motivada até agosto?
Eu tinha motivação e força de vontade em novembro, dezembro, janeiro, fevereiro… março já diminuiu demais, e agora… agora eu não sinto a presença de qualquer combustível o qual o meu fogo vital/fogo no rabo, para ser mais clara, possa consumir para voltar a iluminar minha visão das coisas e aquecer meu gelado coração e espírito.
Pior que se eu soubesse como reabastecer tal combustível, eu o teria feito. Mas não sei. E não sei como saber. Amanhã terei mais duas sessões, e não queria usar esses horários para falar o mesmo. Para me sentir inútil e ansiosa do mesmo jeito. Para me sentir confusa e chorosa e desesperançosa e mais uma vez completamente perdida e sozinha e, ao mesmo tempo, ao léu e à beira de um abismo cujo chão não tenho nem pretensão de enxergar. Porque sei que não verei o chão, vou me sentir quebrada, vou me sentir prestes a cair e provavelmente cairei.
Nem ouso pedir orientação à qualquer divindade, pois eu não tenho como pedir orientação quanto a um caminho que eu nem mesmo acredito que exista.
Eu não iria escrever nada, falo mesmo. Mas minha mãe disse que Hécate mandou ela me dizer que eu tinha que escrever sobre “hoje” sentada onde eu estou.
Como eu prometera à Deusa que só voltaria a escrever depois da quaresma, efetivamente me colocando em quarentena, e creio que Ela tenha vindo cobrar. Mais do que certa.
Hoje foi… interessante. Eu ia sair com a S. para estudarmos Tarô, mas por acaso trombamos com a R. e, expansiva como ela é, logo dominou o dia e impediu minha aula de Tarô que eu daria a S.
Mas isso me levou a tirar cartas para outra protegida da Dama da Noite, e descobrir que a minha mestre também é da Dama. Eu nunca soube disso, e fico honrada de saber. Ela é muito foda, mesmo, faz sentido ter uma Deusa em seu ombro assim como eu tenho. E ser a mesma, ainda. Me impressiona que Hécate sequer tenha me escolhido.
Hoje, o escolhido do T. saiu da quarentena dele. Depois de não postar nada no Instagram desde o dia 8 de março, eu havia ficado preocupada até o L., o T., a K., e a Cigana Tícia (que não tenho a menor ideia de quem seja), fora a Deusa Persa que cuja identidade devo descobrir, me disserem que eu saberia que ele estava fisicamente bem no 1º de abril. Dito, e feito.
Ele postou um reel cantando hoje, e me bateu uma saudade dele de me destruir o coração. Acabei me decidindo por não atuar como oraculista este mês — vou focar nos estudos, e não, na prática. Porque ao tirar para os outros, tenho vontade de tirar para mim e vejo minhas cartas para os outros se confirmarem enquanto todas as minhas que puxo para mim mesma não se confirmam.
Pedi desculpas a ele por sobrecarregá-lo, mesmo que ele que tenha pedido para eu contar tudo… Mas ele não me respondeu, e se eu fosse ele, eu também não responderia. Deletei o aplicativo do Instagram, considerando que só baixei para saber que ele estava vivo e bem. Sua função foi cumprida.
O Maha Lilah me disse para focar em mim, confiar na providência divina e o I-Ching me disse para confiar no T. E confio, e por isso que dói. Porque confio tanto que não quero falhar com ele novamente. Não quero falhar com o L. não conseguindo trazê-lo a vida como aconteceu na vida passada.
Talvez me dedicar aos estudos seja a resposta por agora.
A completa ausência do escolhido do T. me dói de um jeito estranho.
Me dói como pessoa, porque estávamos indo por um caminho muito legal, e obviamente, no mínimo, gosto dele. Não deu tempo de se apaixonar claro — mas meus sentimentos por ele passam de um crushzinho, por exemplo.
Me dói como alma porque sinto que estou falhando com o T. e com o L. por não conseguir levar o relacionamento com aquele escolhido pelos dois para ser minha família para frente.
Mas… Ontem, indo à minha mestra, minha perna começou a ter hematomas surgindo do absoluto nada, ao longo do dia todo. E surgiu outra mordida de criança, na mesma perna da mordida que se tornou cicatriz mês passado, mas na parte da frente da coxa dessa vez.
Considerando que essas duas coisas só aconteceram uma vez na minha vida, quando meu tio estava fazendo merda comigo e refazendo o feitiço cujo objetivo é impedir-me de gozar de minha completude como mulher, decidi parar de procrastinar e anotar a lista dos ingredientes do ebó que a Taurina recebeu de Oxalá durante a leitura de búzios.
Listarei nesse post mesmo, para expor, assim me sinto mais obrigada a cumprir minha palavra já que parece que estou prometendo algo a terceiros (mesmo que não esteja, dá para o gasto, pelo menos).
Uma situação presente na minha vida me levou a refletir sobre quem seria o responsável caso alguém tome certa atitude após uma leitura de qualquer oráculo.
Algumas coisas me foram passadas pela minha mestre, embora eu ainda não tenha tido muitas aulas com ela: nunca falar de traição; não identificar responsáveis por assassinatos; advertir o consulente a não seguir ação que vise descobrir mais sobre o assunto temático da tiragem. E cumpri todas essas regras.
Uma das garçonetes do café no qual estudo diariamente pediu que eu visse o que havia ocorrido com o irmão dela, já desaparecido há dois anos. Ela (chamada aqui de S.) havia sonhado que ele estava morto e veio a mim para confirmação.
Confirmei, disse que a morte aconteceu no Rio de Janeiro, e que ele estava em um relacionamento sério na época. A garçonete pediu que eu informasse se ele estava solteiro ou não, pois havia a possibilidade de ele ter deixado um filho antes de falecer, o que prontamente vi ser inexistente nas cartas. Sim, o irmão havia morrido. Ele havia falecido durante um relacionamento sério, mas não há filhos deste relacionamento.
Ele havia morrido em uma viagem ao Rio de Janeiro, provavelmente para buscar uma vida melhor (isso me foi passado pela cigana). Vi mais coisas, sobre quem mandou matar e como ele havia morrido, e vi que foi por envolvimento com uma vida perigosa, da qual me viriam males e à família do falecido se eu revelasse. A cigana me orientou a não revelar, e não revelei.
Isso aconteceu há alguns dias. Hoje, ao chegar ao café, uma das outras meninas me disse que a garçonete para a qual fiz a leitura não veio para trabalhar desde então, e que justifica suas faltas pelo que revelei nas cartas algumas noites atrás. Imediatamente, me veio um senso de culpa além do imaginável.
Essa informação da ausência da irmã do falecido de seu trabalho me foi dita hoje, plenos vinte minutos atrás. E enquanto escrevo, sinto uma vontade imensa e irrefreável de chorar. Me sinto responsável.
As meninas estão tendo que lidar com um café razoavelmente cheio por conta dos dias de chuva, com uma funcionária a menos, e me sinto culpada. A culpa é minha, não é? Por revelar informações que levaram às atitudes da garçonete S., que decidiu por não vir mais ao trabalho.
Entretanto, a garçonete F. me disse que a S. nada mais soube através das minhas cartas. Eu só confirmei aquilo que ela já sabia. Pelo que entendi, a garçonete F. estava me dizendo que a responsabilidade não era minha, pois eu não havia dado nenhum fato novo sobre o qual a garçonete S. poderia se debruçar e que justificasse suas atitudes.
Mas não consigo ver dessa maneira. E por isso, comecei a debater em minha mente de quem é a responsabilidade de ações tomadas diante de uma tiragem de cartas?
A responsabilidade da falta contínua ao trabalho da garçonete S. é minha, por ser o motivo de suas faltas informações dadas a ela por mim? Ou a responsabilidade é dela, por faltar? Caso ela morra indo atrás das informações que eu não revelei, pois vi que seria perigoso, e a adverti que deixasse de lado, a responsabilidade seria de quem a mataria, pelo ato em si; dela, por ir atrás do que não devia; ou minha, por avisar que evitasse tal ação?
Tio Ben estava certo. Com grandes poderes, obviamente vêm grandes responsabilidades. Meu dom de clarividência e os outros que fazem de mim a alma de bruxa que sou, são bençãos ou maldições, neste caso? A responsabilidade das faltas dessa garçonete não é minha, por ser o gatilho? Até pode ser, mas não tem ela seu próprio cérebro para tomar suas próprias decisões e atitudes?
Continuo com vontade de chorar, me sentindo culpada? Com toda a certeza do universo. Se as outras meninas me culpam, não sei. Tenho que ser responsável pelo que revelo, não tenho? Será que não é melhor eu simplesmente não abrir mais cartas para ninguém, mesmo que peçam? Seria isso uma atitude herege de minha parte? Estaria eu negando dons que são bençãos ao invés de aptidões que vejo como maldições em horas como estas?
Seria melhor ter esses dons ou tê-los tomados de volta pelos Deuses, visto que aparentemente não tenho utilizado eles corretamente? Qual seria a forma certa tendo em vista não haver manuais? Devo entender a contínua presença de tais dons em meu alcance, uma aprovação das divindades de como venho utilizando-os, considerando que Deuses não têm misericórdia, muito menos com mortais que utilizam de dons dados por eles de maneira incorreta?
Para concluir esse texto, perguntei à garçonete F. e à garçonete I. se me culpavam pelas ações tomadas pela garçonete S., e ambas disseram que não.
“São as ações dela, não as suas. Você é uma cliente legal, faz a gente rir, confia na gente, a gente confia em você… Não teria por que responsabilizar você pelas atitudes dela, quando sabemos e ouvimos o que você contou para ela e não é a primeira vez que ela falta assim. Você só foi a mais nova justificativa”, disse a I., que não é muito de falar.
Ainda assim, fica a dúvida. De quem são as grandes responsabilidades advindas de tais grandes “poderes” (sendo, na verdade, os poderes dos Deuses e entidades, nós humanos, somente permitidos o acesso a eles, não seus “donos”)?
A meu ver, o oraculista tem o dever de traduzir o que o plano espiritual tem a dizer àqueles que não conseguem interpretar e traduzir os sinais de maneira instintiva — é outro idioma, tal como qualquer outro. Uma bruxa é uma nativa de tal idioma, se médium; enquanto outra que não tenha nascido com acesso ao mundo espiritual terá que se esforçar ativamente para tornar-se fluente. E das responsabilidades do consulente?
Já vi textos sobre responsabilidade dos oraculistas. O direito do consulente é saber a mensagem que o mundo espiritual tem a lhe dar. E dos deveres? Quais os deveres de um consulente ante uma tiragem?
Quem sabe em alguns meses eu consiga ter uma resposta para isso dentro de meu próprio desenvolvimento espiritual.
DISCLAIMER: Não estou generalizando nem dizendo como é a experiência de outros bruxos/esotéricos com suas fés. SEMPRE me refiro SOMENTE às minhas crenças e vivências.
Mesmo que eu pare para pensar por alguns minutos ou mais, não consigo me lembrar exatamente de como decidi que precisava de uma espiritualidade mais concreta e encaminhada — e eu lembro normalmente de tudo.
Ao crescer, eu sempre soube que tinha alguma afinidade espiritual, considerando que já vi espíritos aqui e ali ao longo da vida — mas minha mãe nunca tinha me falado algo que confirmasse isso até eu, em 2014, lembrar de um ocorrido de quando eu tinha 3 anos. Ela, então, me contou que já tive outras experiências, mesmo que não lembrasse delas, e entendi isso como a minha realidade.
Nunca tinha decidido me chamar de médium; os estereótipos são tão grotescos e a sociedade é tão hipócrita que julga todos que conseguem enxergar o mundo espiritual que qualquer religião pregue existente. Em novembro de 2022, decidi começar a explorar minha mediunidade.
Creio que em dezembro de 2022 ou janeiro de 2023, conversei com minha mãe e considerei seguir o Candomblé ou Umbanda ao considerar minha ancestralidade preta, cigana e indígena: não é porque não senti na pele a dor das minhas ancestrais infelizmente estupradas para o sangue chegar até mim que não as honrarei. Fiquei com medo de ser acusada de apropriação cultural ao começar a buscar tal ancestralidade, e comecei a matutar quais outras religiões encaixavam nos meus preceitos espirituais já enraizados — sempre, desde que me entendo por gente, acredito piamente que a Terra tem a própria vida e consciência, e se equilibra, pois tudo assim o é, energia negativa e positiva, energia masculina e feminina, por exemplo. Ao mencionar tais conceitos à minha psicóloga, ela sugeriu que eu desse uma procurada sobre Wicca.
Eu realmente não sabia nada de Wiccanianos, eu só sabia que os seguidores de tal preceito se chamavam de bruxos/bruxas. Comecei a me identificar fortemente com a reverência aos elementos, mas alguma parte ainda me faltava — eu nunca fui atrás de espiritualizar-me porque não gosto de dogmas limitantes. Sou como toda Sagitariana — uma boa aventura sempre me alegra, principalmente se sigo minha espontaneidade e não tenha medo de ser original, ou estranha, já me chamaram dos dois.
Após alguns meses de tentar me encaixar nos dogmas Wicca de diversas tradições, ainda me sentia insatisfeita. Comecei então a criar minha própria jornada, escolhendo os tópicos de estudo relacionados a todo e qualquer campo espiritual/esotérico sobre o qual expressei interesse. Quando descobri a existência de um círculo de bruxas ao lado do consultório da minha psicóloga, fiquei receosa — ao mesmo tempo que sentia falta de poder expressar as tradições e compartilhar os rituais com outros da mesma fé, eu sabia que a grande fusão de culturas e espiritualidades diferentes que eu tinha juntado e criado como caminho próprio sob as tochas de Hécate não seria aceita por muitas pessoas.
Tirei mais e mais oráculos, tentando entender se a Deusa estava satisfeita com minha grande mistureba, e tudo me levou a entender que sim. Ao reconhecer isso, de repente consegui meditar e meus feitiços deram cada vez mais certo, pois agora sim eu estava sendo eu mesma, minha mente desnuda frente à Grande Mãe.
Caso você considere que ser um bruxo ou bruxa pode ser o caminho para você, quero que pense em como a sua jornada será, sem listas de conhecimentos obrigatórios redigidas por terceiros ou limitações impostas ao mundo espiritual por aqueles que não o experienciam do mesmo jeito que você. Sou bruxa? Sou. Todas as mulheres são bruxas — as primeiras bruxas remontam às bruxarias de cozinha, fazendo ensopados e nutrindo suas famílias com o alimento afetuosamente preparado em um caldeirão em lareiras. De médico e louco, todo mundo tem um pouco… também podemos dizer que de médico e bruxo, todo mundo tem um pouco.
Como eu me tornei bruxa, foi uma decisão minha. Iniciei-me solitariamente em casa, sozinha, sem nem mesmo ajuda de minha mãe ou qualquer participação da mesma, no caso, em meu ritual e em minha fé. Ela sempre me deu a liberdade para eu seguir a espiritualidade que quisesse desde que eu soube que tenho predisposição mediúnica, mas nunca senti a necessidade de desbravar esse caminho até 2022, e andar por crenças pagãs anciãs foi o que escolhi para mim, cujos rituais performei sozinha mas não sem o apoio financeiro, emocional e espiritual da minha mãe – quando questionei minha fé e achei que estava fazendo tudo ao contrário de como religiões normalmente são seguidas. Não é nem um pouco tradicional, e li em vários lugares que seria até errado. Mas, a meu ver, por que a Deusa recusaria a devoção vinda de uma bruxa que busca um caminho para melhor viver e melhor honrar ancestrais pagãos só porque não estaria vindo pelo caminho preestabelecido? Pré-estabelecido por quem, exatamente?
Chegamos, através desta pergunta, ao mesmo questionamento sobre Deus. Deus existe? Mas é lógico. Com muitas faces, em muitos panteões. Zeus, Deus, Olodumarê, Osíris, Odin e por aí vamos. Deus existe, mas o que não existe são as limitações impostas pela Igreja Católica e outras denominações cristãs que dizem saber como Deus pensa, age, o que Ele considera certo, errado, etc. Entendendo isso, seguimos para o entendimento de que para cada pessoa, Deus é diferente; se expressa de maneiras diferentes; age de modos diferentes, mais visível para alguns e menos claro para outros. Cada um tem a própria verdade acima daquela imposta por líderes religiosos.
Garanto que o Deus e a Deusa não irão expulsar você ou lhe punir por seguir seus próprios preceitos e ritos, pois sua fé é verdadeira e tão importante para as divindades e entidades quanto a fé conjunta de qualquer organização ou rito coletivo. O inconsciente coletivo é um só, e você tem acesso às energias de tal egrégora do mesmo jeito que alguém vivendo os mandamentos ao pé da letra tem.
Me chamo de bruxa porque sou, porque é o que me define como pessoa espiritualizada e como pessoa devota fielmente ao paganismo e principalmente à Deusa Tríplice — devoção que agora sei ter perdurado por todas as minhas vidas passadas, principalmente a última, celta. Um dos princípios Wiccanianos que incorporei em minha prática foi a versão bruxesca do Juramento de Hipócrates entoado pelos médicos em sua formatura: jurei nunca fazer o mal a ninguém por iniciativa própria, e nem nunca ajudar em algum ritual espiritual que envolvesse o prejuízo de um ente seja ele deste plano físico ou não, e assim o tenho feito. Caso alguém me ataque, não me vingo; não ataco de volta. Sei que a Deusa me protege e que tal ataque será retaliado com Sua força e poder conforme o que Ela ache adequado e que seja de Sua vontade.
Já o Almanaque é mais sucinto e focado na reverência da Deusa e do Deus independente de suas faces, incorporando todas elas em seus títulos de Deusa e Deus, sem nomes específicos; ele também indica a fase da lua, dia da semana, horário em que a posição da Lua fica fora de curso e quando ela retorna, cores das velas para a oração diária e definição de incenso para seu momento de devoção.
Traçar um círculo mágico através dos elementos e invocando uma Deusa da Terra, uma Deusa do Ar, uma Deusa do Fogo e uma Deusa da Água para cada elemento, cada qual em seu ponto cardinal adequado (Terra ao norte, Ar ao leste, Fogo ao sul, Água ao oeste, embora as tradições xamânicas tenham diferenciações) é algo que aprendi a fazer enquanto estudava sobre Wicca, entretanto hoje sei através de minha mestre espiritual que segue uma caminhada tão original quanto a minha, principalmente pela Umbanda em trabalhos com as Ciganas que o jeito que traço o círculo é algo que ela faz há quarenta anos, e não algo exclusivo do wiccanismo. Então, até mesmo a coisa mais básica, quanto um círculo de proteção, cruza muitas crenças — e você pode jogar tudo num liquidificador e decidir o que vai coar para determinar como sua essência espiritual/religiosa.
A fé de cada um de nós começa em nós e pode encontrar semelhança em crenças alheias, talvez como participação em uma cultuação coletiva como o catolicismo, judaísmo, islamismo, evangelismo, umbanda, candomblé e milhares de outras devoções pelo mundo afora; entretanto pode também não encontrar espelho em nada que você encontre ao procurar desesperadamente por alicerces espirituais que consigam auxiliar-te a distribuir e aguentar melhor o peso em seus ombros causado pelas experiências de vidas passadas, desta vida e de tudo que deve ser trabalhado de maneira espiritual através da profissão de sua fé quando começar a seguir os sinais vistos pelos vitrais de teu espaço sagrado. Vitrais se encontram nos templos, mas também se encontram em nós mesmos — todos podemos escolher enxergar o mundo por vidros coloridos, mostrando-nos o mundo como ele é percebido por meio de cada cor.
Considerando cada cor de um vitral, uma religião e forma de devoção diferente, temos que todos veem o mesmo, mas cada um com seu ponto de vista e com sua vivência próprios — ninguém tem o poder nem deve poder quebrar seu vitral interior. Caso quebre, saiba que não há como quebrar aquele cristal colorido que guia sua fé à sua espiritualidade.
Ela sempre estará lá para você, embora às vezes a luz seja fraca e distante; tendo a luz e a iluminação espiritual como objetivo, não importa o quanto demorar, você a alcançará, e tenha em mente que você pode ser o primeiro e único a forjar seus próprios trilhos, e isso não faz deles menos corretos nem mais corretos do que os outros já forjados antes da sua busca pelo autoconhecimento e por razões maiores do que aquelas explicadas pela racionalidade científica, sem qualquer intervenção espiritual.
Desejo que meus relatos e experiências possam ajudá-lo a entender sua fé e a aceitar sua originalidade e crença do jeito que ela é, sem medi-la por réguas já preestabelecidas por outros dogmas, caso seja essa a sua vontade.
Em nome dos elementos da Terra, do Ar, do Fogo e da Água, da Senhora Ártemis, Senhora da Lua; Senhora Atena, Senhora da Sabedoria e Estratégia; Senhora Perséfone, Senhora da Primavera e das Flores, Rainha do Submundo; Senhora Iemanjá, Senhora dos Oceanos; em nome desses, fecho o círculo que abri a minha volta para escrever esse texto.
Nem deu tempo de eu terminar o registro sobre minha mãe me boicotar antes dela fazer de novo.
Eu realmente não entendo qual a tara dela em me ferrar e acabar comigo. Deve fazer ela se sentir muito bem consigo mesma, não faz sentido para mim que ela tenha qualquer motivação que não sádica. Ao final, ela escolheu o meu pai, o cara que ela chama de monstro mas do qual ela copia métodos para me derrubar e me torturar psicologicamente.
Mas ela não vai conseguir.
Tinha mandado mensagem para dizer que, coincidentemente ou não, o cara que minhas cartas disseram que é o escolhido do T. estava (e está, até agora, 18:38hs) sentado na mesa literalmente na frente da minha. Não sei porque avisei. Não sei porque eu fico fazendo isso.
A K. me avisou, a minha mestre me avisou, e eu mesma sei que não posso dividir tais experiências, principalmente se envolvem espiritualidade, com a minha mãe. Pra quê fui falar que ele está na minha frente?
O que eu fiz foi colocar meu próprio cú na reta, já que ela me ligou e gritou tanto comigo que eu fiquei tonta, e sei que tô com a expressão mais triste e abatida depois da ligação terminar. Estou tentando tirar a tristeza do meu olhar porque consigo senti-la; mas também sinto que não estou conseguindo.
Sei que antes eu estava com uma postura confiante e agora estou com uma postura derrotada. Que merda.
No momento, minha mãe está para Hera como eu estou para Hefesto. Juntando Sísifo que fica eternamente tentando rolar a pedra até o topo do morro, sou tipo uma evolução rara de algum pokémon, uma fodida que a mãe está jogando do que deveria ser sua casa ao mesmo tempo que fico inutilmente rolando a pedra por toda a eternidade para chegar ao que era para ser meu lar, mas não é.
Não tenho lar. Preciso de um apartamento para mim, alguma coisa assim, porque a última coisa que eu queria para mim mesma era me identificar 100% com a letra de Listen de novo. Cú.