Oi! Não vou falar meu nome, por segurança — afinal, gente da minha família tentou e provavelmente vai tentar me prejudicar espiritualmente. Tenho uns vinte e poucos anos, sou brasileira, formada na faculdade, mas sem uma profissão de verdade. Gosto de estudar qualquer coisa, ler, jogar videogames, jogar jogos de tabuleiro, tirar oráculos, ver filmes e ouvir podcasts, geralmente de política. Sou introvertida, sem amigos, sem namorado ou namorada, realmente uma bruxa solitária — o nome do blog é sincero, mesmo que às vezes seja doloroso lembrar disso. Sou sentimental, carinhosa, apegada, às vezes meio tapada, com um vocabulário bem chulo, mas educada quando preciso; curto moda e maquiagem, sou boa com trabalhos manuais. Falo quatro idiomas e planejo aprender mais. Já vivi fora do Brasil, mas aqui é o meu lugar. Ah, e também adoro cozinhar, especialmente doces. Adoro experimentar novas receitas e criar minhas próprias versões. Além disso, tenho paixão por música, desde clássica até o bom e velho rock’n’roll. Sempre que posso, vou a shows e festivais, é onde me sinto realmente viva. Canto há mais de uma década, principalmente teatro musical, e toco piano e violão, além de flauta doce.
Ah, a imagem acima é uma representação bem fiel e detalhada à minha aparência na vida passada na qual fui celta, por sinal.
Que seja abençoado.
Gostaria de entrar em contato comigo para aprofundarmos nossa conversa sobre espiritualidade em nossas vidas? Fique mais do que à vontade! É só preencher o formulário abaixo e logo o responderei por e-mail.
Ao ler o mapa astral de uma amiga, entendi finalmente o porque dela acertar algumas coisas intuitivamente – disse que eu tinha jeito de cartomante e minha mãe, de astróloga, muito antes de saber que esses são de fato nossos conhecimentos mais extensos. A casa 8 dela é em Escorpião, ou seja, a espiritualidade e sexualidade dela é regida por Plutão/Hades. Escorpião revela uma capacidade mediúnica como uma de suas características principais, e sei disso por experiência própria já que, por nascer no zero grau de Sagitário, tenho muitas, e muitas mesmo, características de Escorpião.
Somando isso com meu Plutão ao lado do meu Sol e na casa 6, revelando minha rotina diária, minha casa 8 em Aquário, e meu próprio signo solar quase sendo Escorpião… basta dizer que não tinha como eu escapar de ser puxada pelo mundo espiritual – e antes lidar com isso segurando as rédeas eu mesma do que deixar que coisas inexplicáveis possam tomar controle de partes da minha vida sem minha anuência.
Ao ver a casa 8 dessa amiga, avisei a ela que deveria estudar sua mediunidade para entender o porquê da intuição dela ser tão forte. Qualquer religião serve, obviamente; o problema é a necessidade de um direcionamento, indiferente de qual vertente religiosa ou só mesmo espiritual, sem ser associada a uma religião. Essa amiga me pediu indicações de recursos, considerando que sou um ratinho de biblioteca e adoro estudar.
E é por isso que estou compilando aqui uma lista dos recursos que venho utilizando para expandir meu repertório de conhecimento esotérico e místico, além de espiritual. Os em outros idiomas podem ser traduzidos por alguma ferramenta como DeepL ou Google Translate, a escolha é sua. Deixei vinculado o link de compra dos materiais ao símbolo de carrinho de compras. Os não disponíveis como exemplares novos para compra, anexei ao símbolo de livro um link do meu drive com o arquivo PDF! Divirta-se!
Lista continuamente em atualização
Tarô
substantivo masculino
1. Baralho de 78 cartas, mais compridas e com mais figuras que as cartas vulgares, que servem para jogo, adivinhação e interpretações.
2. Prática de adivinhação que utiliza esse baralho.
Uma situação presente na minha vida me levou a refletir sobre quem seria o responsável caso alguém tome certa atitude após uma leitura de qualquer oráculo.
Algumas coisas me foram passadas pela minha mestre, embora eu ainda não tenha tido muitas aulas com ela: nunca falar de traição; não identificar responsáveis por assassinatos; advertir o consulente a não seguir ação que vise descobrir mais sobre o assunto temático da tiragem. E cumpri todas essas regras.
Uma das garçonetes do café no qual estudo diariamente pediu que eu visse o que havia ocorrido com o irmão dela, já desaparecido há dois anos. Ela (chamada aqui de S.) havia sonhado que ele estava morto e veio a mim para confirmação.
Confirmei, disse que a morte aconteceu no Rio de Janeiro, e que ele estava em um relacionamento sério na época. A garçonete pediu que eu informasse se ele estava solteiro ou não, pois havia a possibilidade de ele ter deixado um filho antes de falecer, o que prontamente vi ser inexistente nas cartas. Sim, o irmão havia morrido. Ele havia falecido durante um relacionamento sério, mas não há filhos deste relacionamento.
Ele havia morrido em uma viagem ao Rio de Janeiro, provavelmente para buscar uma vida melhor (isso me foi passado pela cigana). Vi mais coisas, sobre quem mandou matar e como ele havia morrido, e vi que foi por envolvimento com uma vida perigosa, da qual me viriam males e à família do falecido se eu revelasse. A cigana me orientou a não revelar, e não revelei.
Isso aconteceu há alguns dias. Hoje, ao chegar ao café, uma das outras meninas me disse que a garçonete para a qual fiz a leitura não veio para trabalhar desde então, e que justifica suas faltas pelo que revelei nas cartas algumas noites atrás. Imediatamente, me veio um senso de culpa além do imaginável.
Essa informação da ausência da irmã do falecido de seu trabalho me foi dita hoje, plenos vinte minutos atrás. E enquanto escrevo, sinto uma vontade imensa e irrefreável de chorar. Me sinto responsável.
As meninas estão tendo que lidar com um café razoavelmente cheio por conta dos dias de chuva, com uma funcionária a menos, e me sinto culpada. A culpa é minha, não é? Por revelar informações que levaram às atitudes da garçonete S., que decidiu por não vir mais ao trabalho.
Entretanto, a garçonete F. me disse que a S. nada mais soube através das minhas cartas. Eu só confirmei aquilo que ela já sabia. Pelo que entendi, a garçonete F. estava me dizendo que a responsabilidade não era minha, pois eu não havia dado nenhum fato novo sobre o qual a garçonete S. poderia se debruçar e que justificasse suas atitudes.
Mas não consigo ver dessa maneira. E por isso, comecei a debater em minha mente de quem é a responsabilidade de ações tomadas diante de uma tiragem de cartas?
A responsabilidade da falta contínua ao trabalho da garçonete S. é minha, por ser o motivo de suas faltas informações dadas a ela por mim? Ou a responsabilidade é dela, por faltar? Caso ela morra indo atrás das informações que eu não revelei, pois vi que seria perigoso, e a adverti que deixasse de lado, a responsabilidade seria de quem a mataria, pelo ato em si; dela, por ir atrás do que não devia; ou minha, por avisar que evitasse tal ação?
Tio Ben estava certo. Com grandes poderes, obviamente vêm grandes responsabilidades. Meu dom de clarividência e os outros que fazem de mim a alma de bruxa que sou, são bençãos ou maldições, neste caso? A responsabilidade das faltas dessa garçonete não é minha, por ser o gatilho? Até pode ser, mas não tem ela seu próprio cérebro para tomar suas próprias decisões e atitudes?
Continuo com vontade de chorar, me sentindo culpada? Com toda a certeza do universo. Se as outras meninas me culpam, não sei. Tenho que ser responsável pelo que revelo, não tenho? Será que não é melhor eu simplesmente não abrir mais cartas para ninguém, mesmo que peçam? Seria isso uma atitude herege de minha parte? Estaria eu negando dons que são bençãos ao invés de aptidões que vejo como maldições em horas como estas?
Seria melhor ter esses dons ou tê-los tomados de volta pelos Deuses, visto que aparentemente não tenho utilizado eles corretamente? Qual seria a forma certa tendo em vista não haver manuais? Devo entender a contínua presença de tais dons em meu alcance, uma aprovação das divindades de como venho utilizando-os, considerando que Deuses não têm misericórdia, muito menos com mortais que utilizam de dons dados por eles de maneira incorreta?
Para concluir esse texto, perguntei à garçonete F. e à garçonete I. se me culpavam pelas ações tomadas pela garçonete S., e ambas disseram que não.
“São as ações dela, não as suas. Você é uma cliente legal, faz a gente rir, confia na gente, a gente confia em você… Não teria por que responsabilizar você pelas atitudes dela, quando sabemos e ouvimos o que você contou para ela e não é a primeira vez que ela falta assim. Você só foi a mais nova justificativa”, disse a I., que não é muito de falar.
Ainda assim, fica a dúvida. De quem são as grandes responsabilidades advindas de tais grandes “poderes” (sendo, na verdade, os poderes dos Deuses e entidades, nós humanos, somente permitidos o acesso a eles, não seus “donos”)?
A meu ver, o oraculista tem o dever de traduzir o que o plano espiritual tem a dizer àqueles que não conseguem interpretar e traduzir os sinais de maneira instintiva — é outro idioma, tal como qualquer outro. Uma bruxa é uma nativa de tal idioma, se médium; enquanto outra que não tenha nascido com acesso ao mundo espiritual terá que se esforçar ativamente para tornar-se fluente. E das responsabilidades do consulente?
Já vi textos sobre responsabilidade dos oraculistas. O direito do consulente é saber a mensagem que o mundo espiritual tem a lhe dar. E dos deveres? Quais os deveres de um consulente ante uma tiragem?
Quem sabe em alguns meses eu consiga ter uma resposta para isso dentro de meu próprio desenvolvimento espiritual.
DISCLAIMER: Não estou generalizando nem dizendo como é a experiência de outros bruxos/esotéricos com suas fés. SEMPRE me refiro SOMENTE às minhas crenças e vivências.
Mesmo que eu pare para pensar por alguns minutos ou mais, não consigo me lembrar exatamente de como decidi que precisava de uma espiritualidade mais concreta e encaminhada — e eu lembro normalmente de tudo.
Ao crescer, eu sempre soube que tinha alguma afinidade espiritual, considerando que já vi espíritos aqui e ali ao longo da vida — mas minha mãe nunca tinha me falado algo que confirmasse isso até eu, em 2014, lembrar de um ocorrido de quando eu tinha 3 anos. Ela, então, me contou que já tive outras experiências, mesmo que não lembrasse delas, e entendi isso como a minha realidade.
Nunca tinha decidido me chamar de médium; os estereótipos são tão grotescos e a sociedade é tão hipócrita que julga todos que conseguem enxergar o mundo espiritual que qualquer religião pregue existente. Em novembro de 2022, decidi começar a explorar minha mediunidade.
Creio que em dezembro de 2022 ou janeiro de 2023, conversei com minha mãe e considerei seguir o Candomblé ou Umbanda ao considerar minha ancestralidade preta, cigana e indígena: não é porque não senti na pele a dor das minhas ancestrais infelizmente estupradas para o sangue chegar até mim que não as honrarei. Fiquei com medo de ser acusada de apropriação cultural ao começar a buscar tal ancestralidade, e comecei a matutar quais outras religiões encaixavam nos meus preceitos espirituais já enraizados — sempre, desde que me entendo por gente, acredito piamente que a Terra tem a própria vida e consciência, e se equilibra, pois tudo assim o é, energia negativa e positiva, energia masculina e feminina, por exemplo. Ao mencionar tais conceitos à minha psicóloga, ela sugeriu que eu desse uma procurada sobre Wicca.
Eu realmente não sabia nada de Wiccanianos, eu só sabia que os seguidores de tal preceito se chamavam de bruxos/bruxas. Comecei a me identificar fortemente com a reverência aos elementos, mas alguma parte ainda me faltava — eu nunca fui atrás de espiritualizar-me porque não gosto de dogmas limitantes. Sou como toda Sagitariana — uma boa aventura sempre me alegra, principalmente se sigo minha espontaneidade e não tenha medo de ser original, ou estranha, já me chamaram dos dois.
Após alguns meses de tentar me encaixar nos dogmas Wicca de diversas tradições, ainda me sentia insatisfeita. Comecei então a criar minha própria jornada, escolhendo os tópicos de estudo relacionados a todo e qualquer campo espiritual/esotérico sobre o qual expressei interesse. Quando descobri a existência de um círculo de bruxas ao lado do consultório da minha psicóloga, fiquei receosa — ao mesmo tempo que sentia falta de poder expressar as tradições e compartilhar os rituais com outros da mesma fé, eu sabia que a grande fusão de culturas e espiritualidades diferentes que eu tinha juntado e criado como caminho próprio sob as tochas de Hécate não seria aceita por muitas pessoas.
Tirei mais e mais oráculos, tentando entender se a Deusa estava satisfeita com minha grande mistureba, e tudo me levou a entender que sim. Ao reconhecer isso, de repente consegui meditar e meus feitiços deram cada vez mais certo, pois agora sim eu estava sendo eu mesma, minha mente desnuda frente à Grande Mãe.
Caso você considere que ser um bruxo ou bruxa pode ser o caminho para você, quero que pense em como a sua jornada será, sem listas de conhecimentos obrigatórios redigidas por terceiros ou limitações impostas ao mundo espiritual por aqueles que não o experienciam do mesmo jeito que você. Sou bruxa? Sou. Todas as mulheres são bruxas — as primeiras bruxas remontam às bruxarias de cozinha, fazendo ensopados e nutrindo suas famílias com o alimento afetuosamente preparado em um caldeirão em lareiras. De médico e louco, todo mundo tem um pouco… também podemos dizer que de médico e bruxo, todo mundo tem um pouco.
Como eu me tornei bruxa, foi uma decisão minha. Iniciei-me solitariamente em casa, sozinha, sem nem mesmo ajuda de minha mãe ou qualquer participação da mesma, no caso, em meu ritual e em minha fé. Ela sempre me deu a liberdade para eu seguir a espiritualidade que quisesse desde que eu soube que tenho predisposição mediúnica, mas nunca senti a necessidade de desbravar esse caminho até 2022, e andar por crenças pagãs anciãs foi o que escolhi para mim, cujos rituais performei sozinha mas não sem o apoio financeiro, emocional e espiritual da minha mãe – quando questionei minha fé e achei que estava fazendo tudo ao contrário de como religiões normalmente são seguidas. Não é nem um pouco tradicional, e li em vários lugares que seria até errado. Mas, a meu ver, por que a Deusa recusaria a devoção vinda de uma bruxa que busca um caminho para melhor viver e melhor honrar ancestrais pagãos só porque não estaria vindo pelo caminho preestabelecido? Pré-estabelecido por quem, exatamente?
Chegamos, através desta pergunta, ao mesmo questionamento sobre Deus. Deus existe? Mas é lógico. Com muitas faces, em muitos panteões. Zeus, Deus, Olodumarê, Osíris, Odin e por aí vamos. Deus existe, mas o que não existe são as limitações impostas pela Igreja Católica e outras denominações cristãs que dizem saber como Deus pensa, age, o que Ele considera certo, errado, etc. Entendendo isso, seguimos para o entendimento de que para cada pessoa, Deus é diferente; se expressa de maneiras diferentes; age de modos diferentes, mais visível para alguns e menos claro para outros. Cada um tem a própria verdade acima daquela imposta por líderes religiosos.
Garanto que o Deus e a Deusa não irão expulsar você ou lhe punir por seguir seus próprios preceitos e ritos, pois sua fé é verdadeira e tão importante para as divindades e entidades quanto a fé conjunta de qualquer organização ou rito coletivo. O inconsciente coletivo é um só, e você tem acesso às energias de tal egrégora do mesmo jeito que alguém vivendo os mandamentos ao pé da letra tem.
Me chamo de bruxa porque sou, porque é o que me define como pessoa espiritualizada e como pessoa devota fielmente ao paganismo e principalmente à Deusa Tríplice — devoção que agora sei ter perdurado por todas as minhas vidas passadas, principalmente a última, celta. Um dos princípios Wiccanianos que incorporei em minha prática foi a versão bruxesca do Juramento de Hipócrates entoado pelos médicos em sua formatura: jurei nunca fazer o mal a ninguém por iniciativa própria, e nem nunca ajudar em algum ritual espiritual que envolvesse o prejuízo de um ente seja ele deste plano físico ou não, e assim o tenho feito. Caso alguém me ataque, não me vingo; não ataco de volta. Sei que a Deusa me protege e que tal ataque será retaliado com Sua força e poder conforme o que Ela ache adequado e que seja de Sua vontade.
Já o Almanaque é mais sucinto e focado na reverência da Deusa e do Deus independente de suas faces, incorporando todas elas em seus títulos de Deusa e Deus, sem nomes específicos; ele também indica a fase da lua, dia da semana, horário em que a posição da Lua fica fora de curso e quando ela retorna, cores das velas para a oração diária e definição de incenso para seu momento de devoção.
Traçar um círculo mágico através dos elementos e invocando uma Deusa da Terra, uma Deusa do Ar, uma Deusa do Fogo e uma Deusa da Água para cada elemento, cada qual em seu ponto cardinal adequado (Terra ao norte, Ar ao leste, Fogo ao sul, Água ao oeste, embora as tradições xamânicas tenham diferenciações) é algo que aprendi a fazer enquanto estudava sobre Wicca, entretanto hoje sei através de minha mestre espiritual que segue uma caminhada tão original quanto a minha, principalmente pela Umbanda em trabalhos com as Ciganas que o jeito que traço o círculo é algo que ela faz há quarenta anos, e não algo exclusivo do wiccanismo. Então, até mesmo a coisa mais básica, quanto um círculo de proteção, cruza muitas crenças — e você pode jogar tudo num liquidificador e decidir o que vai coar para determinar como sua essência espiritual/religiosa.
A fé de cada um de nós começa em nós e pode encontrar semelhança em crenças alheias, talvez como participação em uma cultuação coletiva como o catolicismo, judaísmo, islamismo, evangelismo, umbanda, candomblé e milhares de outras devoções pelo mundo afora; entretanto pode também não encontrar espelho em nada que você encontre ao procurar desesperadamente por alicerces espirituais que consigam auxiliar-te a distribuir e aguentar melhor o peso em seus ombros causado pelas experiências de vidas passadas, desta vida e de tudo que deve ser trabalhado de maneira espiritual através da profissão de sua fé quando começar a seguir os sinais vistos pelos vitrais de teu espaço sagrado. Vitrais se encontram nos templos, mas também se encontram em nós mesmos — todos podemos escolher enxergar o mundo por vidros coloridos, mostrando-nos o mundo como ele é percebido por meio de cada cor.
Considerando cada cor de um vitral, uma religião e forma de devoção diferente, temos que todos veem o mesmo, mas cada um com seu ponto de vista e com sua vivência próprios — ninguém tem o poder nem deve poder quebrar seu vitral interior. Caso quebre, saiba que não há como quebrar aquele cristal colorido que guia sua fé à sua espiritualidade.
Ela sempre estará lá para você, embora às vezes a luz seja fraca e distante; tendo a luz e a iluminação espiritual como objetivo, não importa o quanto demorar, você a alcançará, e tenha em mente que você pode ser o primeiro e único a forjar seus próprios trilhos, e isso não faz deles menos corretos nem mais corretos do que os outros já forjados antes da sua busca pelo autoconhecimento e por razões maiores do que aquelas explicadas pela racionalidade científica, sem qualquer intervenção espiritual.
Desejo que meus relatos e experiências possam ajudá-lo a entender sua fé e a aceitar sua originalidade e crença do jeito que ela é, sem medi-la por réguas já preestabelecidas por outros dogmas, caso seja essa a sua vontade.
Em nome dos elementos da Terra, do Ar, do Fogo e da Água, da Senhora Ártemis, Senhora da Lua; Senhora Atena, Senhora da Sabedoria e Estratégia; Senhora Perséfone, Senhora da Primavera e das Flores, Rainha do Submundo; Senhora Iemanjá, Senhora dos Oceanos; em nome desses, fecho o círculo que abri a minha volta para escrever esse texto.
Para piorar, o Brasil é um país com altas taxas de intolerância religiosa por parte das crenças majoritárias.
Ok, assumindo que alguém um dia se depare com esse blog que mais é um diário e grimório pessoal do que qualquer outra coisa.
Mesmo enxergando a clara agressão aos que professam qualquer religião que não judaico-cristã, ainda mais desde 2018, com a eleição do agora inelegível que se utiliza da fé alheia com apoio daqueles que de devotos não têm nada, como pastores que vivem do dízimo alheio e nem fazem questão de esconder; mesmo assim, sentir na pele é outra coisa, não é mesmo?
Se alguém ler isso aqui, deixemos as coisas bem claras. Antes de 2015, realmente, política era questão de opinião. Do golpe parlamentar — sim! Golpe!!!! É só ver a manifestação do próprio golpista na recente eleição presidencial, admitindo a falta de crime como a constituição exige para um presidente tomar impeachment — para frente, política não é mais questão de opinião. É questão de caráter. É questão de democracia.
Caso o talvez inexistente leitor desse post se encontre no espectro autoritário fascista da “política”, ou votou em 2018 no genocida porque o “PT roubou demais” e “Moro é um grande enxadrista”, saia desse blog AGORA.
Antes de fazer meu juramento à Deusa como bruxa e professar o neopaganismo, sou uma mulher neuro divergente e LGBT — sou parte de muitas minorias e ser bruxa é a mais recente delas. Qualquer um que tenha votado no fascistoide, ex-governo que nem golpe conseguiu dar (a grande sorte do país é a falta de intelecto e competência de seus participantes), diz que religiões diferentes são do Diabo. Começando com Michelle Bolsonaro dizendo que a cozinha do Alvorada era consagrada ao Diabo, os comentários racistas quando o então candidato Lula passou por chuva de pipoca na assembleia de Salvador, Bahia, falas sobre Cristo que ele desceria o sarrafo ele mesmo em quem as articula, etc., etc.: isso é falta de caráter, falta de noção de sociedade, e talvez certa ignorância sobre as leis vigentes no nosso país.
Fingindo-me de cega, posso aqui elucidar aqueles que, mesmo xingando minha religião e a de tantos outros, não entendam o direito de todo cidadão brasileiro — como muito mais direitos, mas aqui discorro só sobre um. Tem um livro muito importante e interessante que levanta os seguintes pontos sobre os direitos e deveres do cidadão brasileiro, seja “cidadão de bem”, “pai de família” — qualquer subcategoria inclusa.
Art. 5º
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[…]
V — é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI — é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII — é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; […]
Portanto, assim como você tem direito de expressar sua fé e seu credo em qualquer que seja o templo que você frequente, independente dos seus textos sagrados e orações, eu e todos os outros temos o mesmo direito. Temos o direito de acreditar no que quisermos, assim como você. Seus direitos valem para todos os brasileiros, mesmo que infelizmente a maioria não tenha acesso aos seus direitos mais básicos, incluindo o de professar a fé que desejar, como desejar, onde desejar, estando protegido por esse livrinho pouco lido citado acima.
Se sua intolerância religiosa foi causada por ignorância das leis criadas e promulgadas pelo Brasil recém-vitorioso através da democracia após a derrota de uma ditadura militar — e não esqueçamos que Ustra morreu de idade —, tudo bem, mas não ter conhecimento de uma tipificação criminal não isenta o indivíduo que a cometeu de ser penalizado pela lei.
Então, agora que sabe, ótimo! Você continua sua vida com sua fé, eu com a minha, e está tudo bem.
Agora, se sua intolerância parte de ser bolsonarista, pode ir embora. Ser bruxa antes de qualquer coisa significa ser conectada à natureza, e nem ela os “cidadãos de bem” respeitam, matando nossos rios e queimando nossas florestas. Destruindo o corpo e ventre de nossa Grande Mãe, que nos oferece muito mais do que merecemos.
Agora que as coisas estão bem claras, caso você esteja aqui por mera curiosidade e/ou interesse e/ou busca por sua espiritualidade, seja mais do que bem-vindo! A porta está e sempre estará aberta àqueles em busca de sua verdade pessoal e inexequível. Desejo uma boa leitura e o formulário abaixo redireciona as entradas feitas nele para o meu e-mail, caso ocorra alguma dúvida concreta e espiritual, esotérica, relacionadas ao ocultismo e vindas de pessoas que estão aqui pelos motivos certos.
Deixando claro que não hesitarei em entregar posts à Polícia Federal em caso de episódio intolerante religiosamente — como eu disse, a ignorância da lei não tira do cidadão a obrigação de segui-la.
Que os elementos guiem sua consciência e que as divindades atendam às suas orações e anseios mais profundos (se respeitadas adequadamente, obviamente).